Parecer do MPRN confirma que condutora do veículo que atropelou homem em Pitangui estava alcoolizada

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) confirmou, por meio de parecer técnico, que Emanuelle Felismino Leal, de 33 anos, ex-candidata a vereadora pelo PSDB em Extremoz, estava sob influência de álcool no momento em que atropelou e matou o jovem Leandro Barros Quintaliano, de 41 anos, na orla da praia de Pitangui, no litoral norte de Natal.
O acidente ocorreu no dia 2 de fevereiro de 2025, durante o Carnaval, e chocou a região pela gravidade das circunstâncias.
O parecer, emitido pela 28ª Promotoria de Justiça de Natal, foi divulgado neste domingo (2 de março de 2025) e detalha as conclusões da investigação.
De acordo com o documento, Emanuelle conduzia um veículo modelo Grand Vitara, de cor preta, em alta velocidade e com os faróis apagados quando atingiu um grupo de pessoas que caminhava pela orla da praia.
Além de Leandro, que não resistiu aos ferimentos, outras duas pessoas foram atingidas, mas sobreviveram.
O teste de alcoolemia comprovou que a condutora estava embriagada no momento do acidente.
O relatório do MPRN destaca que Emanuelle desrespeitou diversas normas de trânsito, incluindo a condução perigosa do veículo em área de pedestres, o que configura, segundo o promotor, indícios de homicídio doloso, e não culposo, como inicialmente registrado pela polícia.
O parecer do MPRN argumenta que a conduta de Emanuelle, aliada ao estado de embriaguez e à alta velocidade, demonstra "completo desrespeito à legislação de trânsito" e ao "senso comum de conduta esperada de um motorista habilitado".
O documento cita jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reforçar que, em casos semelhantes, o dolo eventual pode ser caracterizado quando o agente assume os riscos de suas ações, mesmo sem a intenção direta de causar danos.
Prisão preventiva recomendada
O MPRN recomenda a homologação da prisão em flagrante de Emanuelle e sua conversão em prisão preventiva, com base na gravidade do crime e no risco à ordem pública.
O promotor responsável pelo parecer destacou que a comoção social gerada pelo caso e a gravidade concreta da conduta da acusada justificam a medida cautelar.
Além disso, o documento ressalta que medidas alternativas à prisão seriam insuficientes para garantir a segurança coletiva.
"O cenário aponta à necessidade de que o Poder Judiciário atue no sentido de resguardar a ordem pública, evitando que a flagranteada venha, mais uma vez, a cometer crimes", afirma o parecer.
O MPRN também descarta a possibilidade de prisão domiciliar, uma vez que Emanuelle não preenche os requisitos legais para tal benefício.
Repercussão e desligamento
Emanuelle Felismino Leal, conhecida como Manu do Esporte, era funcionária terceirizada da Secretaria de Esportes de Extremoz.
Após o acidente, a prefeita Jussara Sales emitiu uma nota lamentando o ocorrido e informou que solicitou o desligamento imediato da funcionária à empresa responsável pelo contrato.
A morte de Leandro Barros gerou comoção na comunidade de Extremoz e Pitangui, onde o jovem era conhecido por sua personalidade alegre e solidária.
Amigos e familiares organizaram homenagens em sua memória, enquanto aguardam justiça pelo trágico ocorrido.
O acidente reforça a importância de campanhas de conscientização sobre os perigos de dirigir sob efeito de álcool, especialmente durante festividades como o Carnaval, quando o fluxo de veículos e pedestres aumenta consideravelmente.
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